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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Os Mistérios INCAS

Quando tratamos da Civilização INCA estamos referindo-nos ao maior império pré-colombiano que existiu nas Américas, cujos primórdios datam 5000 anos antes de Cristos e que, em seu esplendor, estendeu-se desde o que hoje é a Colômbia até o centro do Chile. Praticamente toda a cordilheira andina permeada por excelentes estradas, pontes, cidades abundantes de sofisticados sistemas de agricultura e governantes com alta capacidade diplomática.

Estamos falando de Machu Picho, uma das maravilhas do mundo; de Cuzco; de Tihuanaco, com seus blocos de 100 toneladas perfeitamente encaixados e do misterioso lago Titicaca.

A civilização Inca é um dos troncos de sabedoria planetária, que demonstra seu esplendor silenciosamente através dos séculos por meio de sua arquitetura, sua arte e ciência.
Infelizmente, pouco se sabe à respeito do conhecimento antropo-mitológico que foram capazes de resgatar da natureza Humana.
A mitologia e religião do povo Inca está apresentado ao mundo pelos olhos de, principalmente, Gracilaso de La Vega (1539-1616), um mestiço, filho de um conquistador espanhol com uma princesa Inca, em cuja obra observa-se o prisma católico-europeu, repleto de conceitos e qualificativos usados para descrever culturas pagãs.

Documentário
Clique abaixo para assistir o vídeo sobre O Segredo dos Incas:

Não obstante, a precisão matemática das associações realizadas frente as forças e manifestações da Natureza demonstram o profundo conhecimento que possuíam da natureza e dinâmica psíquica do Homem.

Totemismo Inca
Garcilaso de La Vega declara que antes da formação do Império Inca, cada distrito, família e vila possuía seu totem particular.
Um totem era o símbolo de um povo, do qual acreditavam descender diretamente.
As características particulares de seus totens relacionavam-se diretamente com as matizes comportamentais da tribo, família ou vila. Na verdade os povos andinos pré-incas consideravam-se ligados por sangue e alma a seus totens.
O jaguar, a puma e urso eram cultuados por sua força, audácia, e instinto selvagem; a raposa por sua astúcia, o condor pelo seu tamanho. Muitas tribos consideravam-se descendentes do condor. O mocho real (tipo de coruja) era cultuado por sua beleza e a coruja comum pelo seu poder de enxergar na escuridão. As serpentes, quanto maiores e mais venenosas, mais eram estimadas com reverencia.
Samael Aun Weor, no Matrimônio perfeito, declara que a doutrina Totemista descansa nos princípios básicos do ocultismo, fundamentando-a na Metempisicose grega dos filósofos Órficos e Pitagóricos e na doutrina da transmigração das almas dos Vedas Indostanos. “Os totemistas sabem que os elementais vegetais evoluindo convertem-se mais tarde em elementais animais... quando os elementais vegetais já se encontram muito evoluídos convertem-se em seres humanos... os Sacerdotes Totemistas dizem com sabedoria que se o ser humano age mal, pode involuir e mesmo converter-se em um animal novamente”.
Em todos os cultos religiosos encontramos vestígios do totemismo. A vaca branca dos Hindus, a ovelha dos Caldeus, o touro sagrado Ápis dos Egípcios, o cordeiro e o peixe dos cristãos são manifestações de um Toteísmo autêntico.
No Tronco Inca, esta sabedoria apresenta-se de forma admirável revelando um conhecimento perfeito das forças que governam a criação e suas manifestações nas diversas expressões da Natureza, incluindo a natureza psíquica humana.

Puccariscas
Uma das mais autênticas formas de culto à Natureza apresentada pela cultura Inca está encerrada no profundo significado do Puccariscas.
Talvez nenhuma outra cultura sobre a face da terra tenha revelado uma percepção tão profunda acerca da relação do homem com a sua terra como faziam os Incas.
O Puccariscas pode ser entendido por esta prece, realizada frente a um desfiladeiro, vale, montanha ou até mesmo frente a uma nascente “Tu és meu lugar de nascimento, tu és a nascente de minha vida. Guarde-me do demônio. Oh Puccariscas”.
O Inca reconhece não só a Pachamama, a Mãe Natureza, mas de forma especial o lugar que lhe gestou. Entende que os animais que lhe serviram de caça, as plantas, os vegetais e a água que bebeu converteram-se em parte dele mesmo. Ele se vê como parte derivada do seio da natureza que o gestou. A sorte, saúde e vida de sua terra são a sua própria sorte, saúde e vida.

Viracocha
Quando adentramos na parte da sabedoria Inca que trata do conhecimento da dinâmica psíquica do Homem nos assombramos ao contemplar o significado antropológico que guarda o Deus Viracocha.
Os princípios cósmicos associados a esta divindade demonstram o profundo conhecimento por parte de povo Inca acerca da formação do homem autêntico auto-criado e da gênese psíquica humana.
Viracocha é o Deus que surge das profundezas do lago Titicaca, das imensas águas da vida Inca, à semelhança do Salvo das Águas do antigo testamento, para criar o Sol, à Lua e às estrelas.
As demais manifestações divinas de Viracocha nos conduzem a apreensão de sua Natureza, forças manifestas apenas nos estados mais elevados da consciência Humana.
Viracocha é: Callya, o sempre presente; Pachayachachic, o instrutor do mundo; Illa, a luz; e Tici, o início, ou melhor, o iniciador.
Pachayachachic, o instrutor do mundo, nos remete às manifestações mitológicas já expressas em outras culturas de elevado conhecimento da Natureza Humana como o Prometeu grego, quem rouba o fogo dos deuses e entrega-o aos homens e Osiris, quem instrui o povo Egípicio nos mais distintos ofícios.
Illa, a luz, que no mundo das formas permite enxergar as realidades das coisas e no mundo psíquico permite-nos enxergar e dirigir as forças que governam o Homem. Sabiamente declara Samael Aun Weor, “... luz e consciência são no fundo o mesmo fenômeno... luz e consciência obedecem as mesmas leis crescendo e minguando exatamente da mesma forma... o que distingue os Homens uns dos outros é o seu grau de consciência. O que distingue os sois é seu grau de radiação”.
Callya, por sua vez, indica que é esta a força que mais conhece o Homem, pois o acompanha, está “sempre presente” em cada pensamento, sentimento e ação, instruindo-o na ciência que deve extrair do mundo torna-se o iniciador na sabedoria dos mistérios do próprio homem.
Huiracocha é ainda alegorizado com lágrimas, o que torna mais ainda assombrosa a semelhança em conteúdo Antropológico e forma à Prometeu, que se vê sendo devorado em seu fígado diariamente, sofrendo o indizível devido às debilidades humanas.
Jamais uma cultura reuniria casualmente, com tal precisão matemática tais forças a uma divindade. Em Huiracocha estão evidentes os princípios que propulsionam a gênese psíquica humana, o domínio da Natureza Inferior e florescência da superior.

INTI RAYMI, o culto solar INCA
Sem nenhum contato no tempo ou espaço com as culturas nórdicas (Persas, Caldéias, entre outras), precursoras das festividades que hoje celebramos como o Natal, o profundo conhecimento astrológico e das forças fecundantes da Natureza levaram o povo INCA à celebração do INTI RAYMI que apresenta todos os elementos do culto à força Crestos das antigas culturas pagãs, culto este o qual nem mesmo a fúria da inquisição conseguiu apagar da humanidade.
O INTI RAYMA é a festa ao Deus solar INTI, que marca o seu ressurgimento. É celebrado no Solstício de Inverno do hemisfério sul, ponto astronômico da trajetória solar em que o Sol alcança seu ponto mais austral e o dia é o mais curto do ano. O Sol apresenta-se como imóvel, do latim sistere, em sua trajetória de Norte a Sul e a partir deste ponto ascende, trazendo calor, vida e cores nas estações da Primavera e Verão.
Por isso está associado à vida, à fertilidade e às forças sexuais. Nos três dias que antecedem o cerimonial, os Incas se abstêm das práticas sexuais, ato este que guarda profunda semelhança antropológica com a quaresma cristã.
A festa segue com os cerimoniais litúrgicos por mais nove dias e finaliza com a entrada do INCA ao templo. Ao seu passo as mulheres arremessam pétalas de flores vermelhas e penas multicoloridas, ato que, não coincidentemente, se iguala ao domingo de ramos e a entrada do Cristo na Jerusalém Celestial.
No ápice do cerimonial, o INCA evoca a seguinte prece ao Deus INTI, o Sol:
“Oh criador, e Sol, e Trovão, seja sempre copioso.
Não envelheça-nos.
Permita que todas as coisas estejam em paz.
Multiplique o Povo e provenha-o comida e permita que todas as coisas frutifiquem”

Uma lhama negra é sacrificada, seu sangue espargido sobre o Zanco, pão feito de milho pelas virgens do Sol, que é consumido com a chicha, bebida fermentada do grão sagrado dos povos americanos, o milho.
Depois da conquista espanhola o ritual foi abolido, categorizado como sacrilégio. Em 1944 ele ressurgiu e foi movido para o 24 de julho para coincidir com a festa de São João Batista.

Quipus, livros sem letras reduzidos às cinzas
A cultura INCA apresenta ainda em sua arte, mitologia e ciência muitos outros elementos que indicam ser esta uma esplendorosa cultura serpentina. Porem, à semelhança de Alexandria e sua biblioteca, grande parte do legado da sabedoria INCA já se encontra inacessível à humanidade, transformada em cinzas pelas mãos da ignorância, do fanatismo, da soberba e da crueldade.
O após o domínio hispânico, o singular e autêntico sistema de registro INCA, os Quipus era reduzido às cinzas sempre que desgraçadamente recaia sobre as mãos conquistadoras.
Os Quipus eram um sistema de comunicação, semelhante à escrita em seus primórdios, pelo qual os Incas transmitiam sua sabedoria, seus ritos e mitos bem como as informações que perpetuavam seu Império e Ciência.
Tratava-se de fios de lã de lhama, os quais eram dispostos seqüencialmente, tingidos de cores diferentes, cada qual com um significado distinto. Ao longo do fio dispunham-se nós, os quais transmitiam uma informação precisa e sequencial.
Ao serem incinerados sob a justificativa de se tratar de frutos de mãos diabólicas, a humanidade passa a conhecer apenas os vestígios do que foi uma sabedoria autêntica, e para agravar, por meio de olhos europeus repletos de conceitos inquisitórios.
Todavia, a exemplo das escolas iniciáticas de um passado, a sabedoria INCA permanece latente em cada rocha, lago, planta e animal do seio de Pachamama, pronta para ser encarnada por homens e mulheres que estejam integrados com seu Huiracocha interior.