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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Onde nasceu Jesus?

Onde nasceu Jesus?
Jesus não teria nascido numa gruta, rodeado pelo boi e o burro, mas sim no deserto, embaixo de uma palmeira. E Maria estaria completamente só na hora do parto. Além disso, o nascimento teria sido em março ou abril, e não em dezembro. Este artigo estuda as mais diferentes versões a respeito do nascimento de Cristo. Analisa ainda as influências mitológicas nos Evangelhos. Aqui estão ainda o mito e a realidade, o sentido cósmico e o espiritual do Natal.

O Natal é uma festa cristã que envolve problemas históricos insolúveis. Sabe-se hoje, com certeza absoluta, graças à pesquisa, que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, nem no ano indicado como o início da era cristã. Não obstante, a tradição religiosa consagrou a data escolhida para a celebração natalina. Por outro lado, há um fundamento mitológico para essa escolha, que de certa maneira supre a falta dos elementos históricos.

A Mitologia é a mãe da História. Antes que os homens inventassem a medida do tempo e começassem a contar a passagem das luas e dos sóis, o passado se perdia no mundo das lendas. Jesus nasceu na fase de transição entre a Mitologia e a História. E foi a partir do seu nascimento que a História se definiu.

Mas a Mitologia manteve os seus direitos sobre o seu nascimento, conservando-o nas névoas do mito.

As investigações históricas provaram, posteriormente, a existência real do homem Jesus. Mas o Menino Jesus foi retido nos domínios do mito, como uma espécie de refém divino envolto em poesia.

Renan, que é o pai de toda a investigação moderna sobre Jesus e o cristianismo, começa sua Vida de Jesus contestando o lugar de seu nascimento. Afirma sem rebuços: "Jesus nasceu em Nazaré, pequena cidade da Galiléia, que antes desse nascimento não tinha nenhuma celebridade". E demonstra com dados históricos que o recenseamento de Quirino, citado nos Evangelhos de Lucas e Mateus, foi pelo menos dez anos posterior ao nascimento de Jesus. Belém era a cidade de Davi e Jesus devia nascer ali, segundo as profecias. Renan comenta: "Para fazê-lo nascer em Belém foi necessário recorrer a uma manobra bastante embaraçosa".
Charles Guignebert, professor de História do Cristianismo, na Sorbonne, e o mais penetrante investigador dos últimos tempos, reafirma em nossos dias a tese de Renan, comentando: "Na realidade, supõe-se primeiro, e depois se obtém a certeza de que o redator pôs todo o empenho em encontrar um meio de fazer José e Maria irem a Belém, porque desejava que Jesus nascesse ali". Mas Guignebert justifica essa manobra, levando em consideração as condições culturais da época e a mentalidade mitológica dominante.



O mito solar

A Mitologia nasce das águas da cultura primitiva, do folclore, como Afrodite nasceu das águas do mar. As lendas e as crenças dos povos selvagens se aprimoram e se racionalizam na estruturação mitológica da realidade. É a garra da razão apropriando-se do real. O que podemos chamar mentalidade mitológica difere tanto do nosso racionalismo quanto este difere do intuicionismo que já desponta em nossa era.

Na mentalidade mitológica a imagem do mundo é feita de símbolos anímicos. A alma do homem se transfere às coisas e lhes dá uma vida factícia que se transforma em ilusão vivente. Por isso, quando Mateus e Marcos localizam erroneamente o censo de Quirino em seus Evangelhos, não o fazem com segunda intenção, mas obedecendo às regras do raciocínio mítico. O rigor cronológico não existe nesse raciocínio, que segue naturalmente as leis da fisiologia do mito, segundo a teoria de Huntersteiner. Nascido na era mitológica, o cristianismo tinha por destino romper a casca do ovo e implantar a era da razão. Mas teve primeiro de se enlear nas membranas do mito. A carga mitológica da Bíblia, das velhas escrituras judaicas, quase sufocou o Novo Testamento. Por isso os mitólogos insistem, até hoje, em considerar o cristianismo como simples episódio mítico derivado diretamente do mito solar. Só a investigação histórica conseguiu, a duras penas, refutar a nova mitologia dos mitólogos modernos.

A concepção mitológica do Natal é um primor de imaginação. Na Europa e na Ásia o inverno rigoroso parece extinguir a vida. Os campos morrem sob a neve. Mas nos últimos dias a constelação da Virgem começa a aparecer no céu. De repente, ela dá nascimento ao Sol, que faz ressuscitar a vida e traz em seus raios a promessa da volta das colheitas. É o messias que nasce da virgem para salvar o mundo.

Jesus nasceu no Oriente porque é lá que nasce o Sol. Sua mãe era virgem antes do parto e continuou depois do parto, porque a Virgem celeste não se altera com o nascimento do Sol. Assim como o Sol nasce cercado pela esperança dos pastores e dos animais, assim nasceu Jesus. Mais tarde o Cristo sairá a semear para que as plantações renasçam. E da mesma maneira que o Sol é cercado pelos 12 signos do zodíaco, ele andará acompanhado pelos 12 apóstolos. E a sua morte, como a de Osiris, o deus egípcio, será o sangrento desaparecer do Sol, crucificado e coroado de espinhos, no último crepúsculo do outono.

Em 1794 já Dupuis lançava na França o seu livro Origines de tous les Cultes, em que apresentava Jesus como um mito solar. Mais tarde a sente germinou com intensidade na França e na Alemanha. Quando em 1924 Couchoud publicou em Paris “Le Mystère de Jesus”, restabelecendo o mito, procurou entretanto evitar os exageros de Dupuis, que haviam provocado de Perez uma réplica espirituosa, na qual demonstrava que Napoleão, com seus 12 generais, podia também ser interpretado como mito solar.
Na Alemanha, Arthur Drews, professor de filosofia em Carlsrhue, provocou com o seu livro “O Mito de Jesus”, lançado em 1911, um tumulto cultural, que se reavivou em 1924, com a nova edição aumentada e atualizada do livro. Guignebert e os historicistas em geral consideram essa interpretação mitológica como bastante engenhosa. Não obstante, reconhecem a influência mitológica na redação dos Evangelhos e na elaboração dogmática da fé cristã.



O mito do Natal

O Natal tradicional, tirado dos relatos dos Evangelhos Sinóticos, é inegavelmente mitológico. Por isso mesmo está revestido de intensa poesia e desperta naturalmente nossas mais profundas emoções. Na era mitológica, em que essa lenda foi divulgada, seu papel tornou-se fundamental para a vitória do cristianismo. Ela se constitui de uma constelação de elementos míticos derivados de duas culturas em fusão: a judaica e a grega. Numa e noutra os arquétipos coletivos de Jung aparecem como a seiva que vem das profundezas do espírito. Suas raízes se perdem no imemorial e nos transmitem o magnetismo de um passado mágico, de veios remotos de forças ancestrais procedentes de estratificações emotivas sumerianas egípcias e babilônicas.

O primeiro elemento mítico do Natal tradicional é o nascimento virginal de Jesus. Ligado aos tempos primitivos e às primeiras civilizações agrárias, o nascimento virginal não provém apenas do mito solar, mas também das práticas mágicas de fecundação, que marcaram os tempos mais remotos e impregnaram poderosamente toda a civilização judia. Como o demonstra Saint Yves, em “As Virgens Mães e os Nascimentos Miraculosos”, essas práticas mágicas livravam as virgens da vergonha da esterilidade. A Bíblia está cheia de relatos de casos desesperados em que jovens e mulheres estéreis recorriam a todos os expedientes possíveis para se fazerem mães.

O segundo elemento mítico do Natal é o nascimento de Jesus em Belém da Judéia e pertence à mitologia hebraica. O messias devia ser judeu e descender da linhagem de Davi, como já vimos. A Galiléia era então chamada Galiléia dos Gentios, pequena e desprezível província infestada pelos goyn, ou seja, pelos estrangeiros impuros. O tabu da pureza racial e o mito solar em sua forma messiânica estão presentes nessa lenda. O terceiro elemento mítico é a gruta em que Jesus nasceu, num estábulo de inverno, cercado pelos animais. Este elemento tem pelo menos uma conotação real importante, pois os estábulos de inverno eram comuns na Palestina. Mas qual o mito que não se enraíza em dados reais? O quarto e o quinto elementos são os anjos cantando no horizonte a anunciação aos pastores e a estrela que orienta os Reis Magos através do deserto. Ambos derivam das fábulas mais antigas de toda a Ásia. O sexto e último elemento é a matança dos inocentes por ordem de Herodes, o Grande, marcando com a magia do sangue o início de uma vida que devia findar-se com o resgate dos pecadores através do sangue derramado na cruz.
Todos esses aspectos mitológicos não invalidam o fato real do nascimento de Jesus, pois as provas históricas da sua existência como homem e da sua influência na transformação do mundo são hoje inegáveis. Mas transferem o nascimento de Jesus do plano histórico para o mitológico.
Os pesquisadores históricos não dispõem de elementos para sequer esboçar um quadro do nascimento real de Jesus, em Nazaré. Mas Guignebert toma uma passagem de Paulo, em sua carta aos Gálatas (4,4), para mostrar que o nascimento de Jesus era considerado natural pelo apóstolo dos gentios. Diz essa passagem: "Quando os tempos se cumpriram, Deus-enviou seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei, a fim de que ele resgatasse todos os que estavam sob a lei".



Renan já assinalara que o nascimento de Jesus em Nazaré ocorrera naturalmente na casa humilde de uma família pobre. Nesses casos a criança nascia, em geral, segundo as informações sobre os usos e costumes da época, sem complicações. Os partos eram fáceis e considerados como motivo de grande alegria, pois Deus abençoava o lar com a fecundidade da mulher. Na maioria das vezes não era necessário o concurso de uma parteira, pois a própria mãe sabia, por instinto e por aprendizado doméstico, como fazer em tais ocasiões. Jesus era o primeiro filho do carpinteiro José e de sua esposa Maria, segundo a tradição, bem mais moça que ele. As alegrias de um lar humilde estão bem distantes do esplendor meteórico do nascimento na gruta de Belém, onde a pobreza da gruta contrastava com a riqueza das manifestações angélicas no horizonte e da estrela que viera pairar sobre o local.

Para a mentalidade mitológica da época esse nascimento obscuro não corresponderia à encarnação do Verbo, do messias salvador do mundo. Mas, para a mentalidade histórica e positiva do nosso tempo, há mais grandeza nessa simplicidade do que nas descrições mirabolantes dos Evangelhos. A simplicidade da vida de Jesus, segundo os próprios relatos evangélicos, se torna mais coerente com esse nascimento obscuro. Há também maior coerência entre esse nascimento e a morte do messias rejeitado, no Monte das Caveiras, entre dois condenados comuns.

O Natal histórico de Jesus, tão desprovido de aparatos, concorda melhor com a sua pregação de desapego aos valores terrenos E há mais beleza nesse menino humilde, que nasce para conduzir os homens a Deus, do que no menino mitológico levado a nascer na cidade de Davi, para assim se beneficiar com a falsa grandeza de um rei terreno, introduzindo-se à forma na sua genealogia, na verdade pouco recomendável ante os preceitos cristãos.

Toda a poesia lendária do nascimento mitológico se apaga diante dessa humilde poesia de Nazaré. Em que dia se deu esse nascimento? A Igreja, depois de instituída, vacilou na escolha. Tentou fixá-lo em janeiro, depois em abril, mas por fim teve de optar pelo dia 25 de dezembro, consagrado, através dos séculos, ao mito solar. Os relatos mitológicos ajustavam-se bem a esse dia, como vimos, embora deformando a figura real de Jesus.





O Natal islâmico

A religião islâmica nasceu do judaísmo e do cristianismo. Maomé considerava o islã como a religião superior e universal. O próprio Deus fala no Corão, que é a Bíblia do islamismo, através do anjo Gabriel, que ditou mediunicamente o livro ao profeta analfabeto. O Natal de Jesus reveste-se, no Corão, de aspectos inteiramente novos. Mas os maometanos não o celebram.
Vejamos o texto corânico a respeito:
Louva a Maria no Corão, celebre também a sua família e o dia em que se afastou dela para o Oriente. Tomou às ocultas um véu para cobrir-se e lhe enviamos o anjo Gabriel, nosso espírito, encarnado num homem.
Ao vê-lo, não o conhecendo, Maria exclamou - A misericórdia é o meu refúgio. Se temes a Deus . . .
O anjo lhe disse - Sou o enviado do teu Deus e venho anunciar-te um filho bendito.
- De onde me virá esse filho - retrucou a virgem - pois nenhum mortal se aproximou de mim e desconheço o vício.
- Não obstante, o filho virá - replicou o anjo - pois a palavra do Altíssimo assegurou o milagre, que não é difícil. Teu filho será um prodígio e a felicidade do universo. Esta é a ordem do céu.
Maria foi fecundada e retirou-se para um lugar afastado. As dores do parto a surpreenderam junto a uma palmeira e ela exclamou -Deus quis que eu morra esquecida e abandonada dos homens, antes de conceber.
O anjo lhe disse - Não te aflijas, Deus fez correr um arroio aqui perto de ti. Sacode a palmeira e cairão frutos maduros. Come, bebe, enxuga o pranto e se alguém te interrogar, responde - Fiz um voto ao Misericordioso e hoje não posso falar a nenhum homem.
Maria regressou ao seio da família levando Jesus nos braços. E lhe disseram: "Maria, aconteceu-te uma estranha aventura! Irmã de Aarão, vosso pai era justo e vossa mãe era virtuosa!"
A essa repreensão ela fez um sinal para que falassem à criança, mas lhe perguntaram: "Falaremos a uma criança de peito?" O menino respondeu: "Sou o servidor de Deus. Ele me deu o Evangelho e me nomeou seu profeta. Sua bênção me seguirá per toda parte".



A todas essas formas do Natal se sobrepõe o Natal espiritual, o significado milenar do dia 25 de dezembro, impregnado pelas vibrações de adoração ao messias, que vêm das profundezas do tempo, do seio das civilizações desaparecidas. A substância do Natal é a presença do Cristo no coração e na mente do homem, desde que ele existe na Terra.

Essa a conclusão a que chegaram todos os grandes pesquisadores da história do cristianismo, desde Renan até Guigneliert, passando por Harnack, Loisy, Goguel, Murphi e tantos outros, nos grandes centros universitários do mundo. Há o Natal formal das igrejas, mas há também o Natal dos corações.



Texto de Herculano Pires

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PLATÃO O FILOSOFO ( 003 )


PLATÃO
Obras de Platão
Platão, cujo verdadeiro nome era Aristócles (em homenagem ao seu avô), nasceu em 428-7 a.C. e morreu em 348-7 a.C. Estas datas são bastante significativas:  o nascimento ocorreu no ano seguinte ao da morte de Péricles; a morte, dez anos antes da batalha de Queronéia que assegurou a Filipe da Macedónia a conquista do mundo grego.
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Platão
Platão é um nome que, segundo alguns, traduz a largura dos ombros de Platão (platos significa largura) cujo vigor físico fez com que  fosse homenageado pelos seus feitos atléticos na juventude.
Filho de Ariston e de Perictione, Platão pertencia a uma família tradicional de Atenas e estava ligado, pelo lado materno, a figuras importantes do mundo político. Sua mãe descendia de Sólon, o grande legislador, era irmã de Cármides e prima de Crítias.
Árvore Geneológica da Familia Materna de Platão
(segundo J. BURNET)





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 Além disso, num segundo casamento, sua mãe Perictone casa-se com Pirilampo, personagem de destaque da época de Péricles. O pai de Platão era descendente do rei Codro, o último rei de Atenas.
O local de nascimento de Platão é incerto. A grande maioria dos autores defende que o seu nascimento terá ocorrido em Atenas, mas poderá ter sido na ilha de Égina, como defendeu Diógenes Laércio, havendo ainda quem o considere tebano.
A possibilidade de ter nascido na ilha de Égina é reforçada pelo facto de seu pai, Ariston, ter liderado a colonização desta ilha pelos atenienses em 432/1 a.C. 
Embora se saiba pouco sobre a infância de Platão, pensa-se que, pertencendo a uma família aristocrática, a sua educação seguiu os moldes educacionais gregos que então vigoravam seguramente preenchida com as actividades físicas e musicais que eram apanágio da antigapaideia.





Platão estava destinado a participar activamente na vida política  de Atenas e para isso "recebeu a mais completa educação, aquela que então se admite ser a mais própria para aguçar a inteligência, para domar a palavra com vista à prática política," (A.Bonnard, 1980:522).
Platão estudou no gymnasium do gramatista Dionísios, e napalestra de Aristão de Argos. Aprendeu música com Drakon, aluno de Damon, o famoso instrutor de música de Péricles, e com Metellos de Akragas. Os professores de Platão eram unânimes em louvar a sua destreza de pensamento, a sua modéstia, o seu gosto pelo trabalho e interesse pelo estudo. Platão estudou também desenho e pintura e ter-se-á iniciado, ainda jovem, na filosofia com Crátilo, discípulo de Heraclito.

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Péricles
A sua origem social  assim como o seu temperamento pessoal, ligavam Platão ao ideal do século precedente que dava à política o mais alto significado na vida humana. Assim, Platão atinge a vida adulta almejando encontrar para a sua cidade uma melhor configuração política do que aquela que então era vigente.
A poesia e a política despertaram desde cedo o interesse de Platão. Consta que, depois de ter conhecido pessoalmente Sócrates, Platão terá queimado publicamente os seus poemas. Alguns autores entendem que a influência de Sócrates terá sido determinante nesta sua atitude, mas outros consideram que essa atitude representou para Platão a ruptura com a poesia e a dedicação à filosofia. 
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Sócrates
Platão encontrou Sócrates pessoalmente quando tinha vinte anos (e Sócrates sessenta e três). Após este encontro, e durante os oito anos seguintes, foi um fiel seguidor de Sócrates, assistindo às discussões em que Sócrates constantemente se envolvia, às acusação de que foi alvo e à sua condenação à morte. 
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A Morte de Sócrates
Platão acompanhou de perto todos os passos do julgamento de seu mestre. O  fim trágico do julgamento marcou-o profundamente, deixando sequelas para o resto da sua vida. 
Depois da condenação à morte de Sócrates, em 399 a.C., desiludido com a democracia ateniense, Platão abandona Atenas durante doze anos. Refugiou-se em Mégara com alguns amigos, num círculo de estudos em torno de Euclides, descípulo socrático e o pai da geometria, e aí permaneceu cerca de três anos. 
Aproveitou, então, para efectuar outras viagens, nomeadamente a Cirene, onde estudou matemáticas com Teodoro; a Itália, onde terá contactado com os pitagóricos; e ao Egipto, onde teria sido iniciado nos mistérios de Isis.  Contactou com o regime de educação de Esparta, onde os meninos eram retirados aos seus pais para viverem uma vida dura nas montanhas, em exposição aos elementos naturais. Há quem afirme que terá estado em Creta onde teria estudado a legislação de Minos; na Judeia, onde teria contactado com a tradição dos profetas  e até nas margens do Ganges, onde teria aprendido a meditação mística dos hindus.
Aos quarenta anos, Platão vai para Siracusa, cidade luxuosa, onde viveu na corte de Dionísio I (o antigo). Aí conquista a amizade e a inteira confiança de Dion, cunhado do tirano Dionísio. Essa ligação com Dion, talvez o laço afectivo mais forte da vida de Platão, representa também o início de reiteradas tentativas para interferir na vida política de Siracusa, procurando pôr em prática o seu modelo de sociedade ideal, em que os governantes eram os filósofos. 
A filosofia passa a ser para Platão uma oportunidade de organizar e realizar uma comunidade humana fundada na justiça. Não tendo êxito na sua primeira investida de converter o tirano Dionísio às suas ideias filosóficas, regressou a Atenas, em 387, onde nos jardins de Academo, junto dum templo consagrado às Musas fundou uma escola, denominada, por este facto, Academia.
Esta rapidamente se tornou no maior centro intelectual da Antiga Grécia, tendo por ela passado filósofos e políticos, comoAristóteles, Eudoxo de Cnido, Xenócrates, Demóstenes e outros. À entrada uma legenda proibia o acesso a todos aqueles que não soubessem geometria. 
Aristóteles
Platão ficou em Atenas, cerca de vinte anos, até que, em 367, voltou à Sicília, com a ideia de converter o novo monarca-Dionísio (o Moço), num filósofo-rei. Mais uma vez, os resultados não foram brilhantes, o que não impediu de voltar à ilha em 361, com idênticos propósitos. O resultado desta última viagem foi terrível: suspeito pelas suas ideias políticas, foi perseguido e feito escravo, sendo como tal vendido no mercado de Egina, acabando por ser comprado por um dos seus amigos. Voltou a Atenas onde morreu em 347, numa altura em que a cidade lutava contra Filipe da Macedónia, e cujo desfecho lhe foi fatal.
Obras de Platão
A colecção das obras de Platão compreende trinta e cinco diálogos e um conjunto de treze cartas. Os seus diálogos podem ser considerados dentro de quatro períodos distintos:


· Diálogos considerados de juventude ou socráticos, até cerca de 390 a.C. (antes da morte de Sócrates).

Apologia de Sócrates
Críton ou Do Dever
Íon ou Da Ilíada
Laqués ou Da coragem
Lísis ou Da Amizade
Cármides ou Da Sabedoria
Eutífron ou Da Santidade 

· Diálogos ditos de transição:

Eutidemo ou Da Erística
Hípias menos ou Da Mentira
Crátilo ou Da Etimologia 
Hípias Maior ou Do Belo
Menexeno ou Do Epitáfio
Górgias ou Da Rétorica
República - livro I
Protágoras ou Dos sofistas
Ménon ou Da Virtude 


· Diálogos de maturidade (escritos provavelmente entre 387 a.C. e 368 a.C.):

Fédon ou Da Alma
Banquete ou Do Bem
República - livros II a X
Fedro ou Da Beleza 


· Diálogos considerados de velhice:

Parménides ou Das Formas
Teeteto ou da Ciência
Sofista ou Do Ser
Político ou Da Realeza
Filebo ou Do Prazer
Timeu ou Da Natureza
Crítias ou Da Atlântida
Leis (inacabado) 


Há ainda outras obras cuja autoria é contestada: Alcibíades I e II, Epinómide ou Do Filósofo, Hiparco, Minos, Os Rivais, Téages e Clítofon.

PLATÃO O FILOSOFO ( 002 )


O mundo das Idéias de Platão


O mundo das Idéias de Platão é um mundo transcendente, de existência autônoma, acima do mundo sensível. As Idéias são formas puras, modelos perfeitos eternos e imutáveis, paradigmas. O que pertence ao mundo dos sentidos muda o tempo todo, se corrói e se desintegra com a ação do tempo. Mas tudo o que percebemos, todos os itens são formados a partir das Idéias, constituindo cópias imperfeitas desses modelos espirituais. Só podemos atingir a realidade das Idéias, na medida em que pelo processo dialético, nossa mente se afasta do mundo concreto, atravessando com a alma sucessivos graus de abstração, usando sistematicamente o discurso para se chegar à essência do mundo. A dialética em Platão é o principal instrumento de busca da verdade. Platão tirou da filosofia de Parmênides a noção da imutabilidade do Ser e de Heráclito a certeza de que o mundo sensível está em perpétuo estado de fluxo, sendo impossível conhecê-lo, e chegou a uma síntese desenvolida na teoria das Formas.

Uma analogia pode ser feita para compreendermos a teoria do Mundo das Formas (eidos) ou Idéias de Platão - o mundo inteligível que existe a parte da realidade sensível e é imutável. Imagine que o universo é o monitor do seu computador. As sucessivas imagens que passam pela tela são as múltiplas realidades cotidinas dos sentidos: explosões que vêm e vão, dando lugar logo a outras. Mas o monitor em si não muda: a realidade dele é constituída solidamente. Antes, ele engloba todas as realidade possíveis do mundo dos sentidos. Os fótons se acendem e apagam dentro dessa totalidade, como as imagens que os sentidos nos mostram. Mas, só com a inteligência podemos abordar essa realidade e chegar ao conhecimento, já que, para a metafísica clássica através do pensamento podemos chegar a realidade auto-consistentes. É por isso que uma frase de Platão acerca do tempo pode ser citada para ilustrar este argumento: “O tempo é a imagem móvel da eternidade”. Assim, em Platão temos um Realismo das Idéias, pois estas existem de forma perene independente do sujeito que conhece, e este só conhece na medida em que consegue contemplá-las com a luz interior da razão.

A IDÉIA de Platão é, portanto, a unidade dentro da multiplicidade. Para conhecer esta unidade é preciso que a inteligência confronte as opiniões contrárias e aparentemente contraditórias, até chegar a uma essência que supere o mero grau de opinião (doxa) e possibilite a ciência (episteme). O método dialético é este confronto e a essência é a Idéia, ou forma. A palavra “dialética” é da mesma família de “diálogo” e o formato escrito da obra de Platão mostra a sua importância dentro da doutrina. Através dos diálogos, exercia-se a dialética. Esta era um “jogo” presente em toda a sociedade ateniense, mas Sócrates quem a elevou a um grau único como o melhor método para conhecer a verdade, ou a Idéia.

O pensamento de Platão dialogava com antigas tradições já existentes, como algumas orientais e egípcias, coadunante com sua teoria de metempsicose, por exemplo. Ele acreditava numa alma imortal, que já existia no mundo das Idéias antes de habitar nosso corpo. O diálogo que melhor demonstra isso é o Fédon. Assim que passa a habitá-lo, a alma se esquece das Idéias perfeitas. Então o mundo se apresenta a partir de uma vaga lembrança. A alma quer voltar para o mundo das Idéias e por isso o conhecimento está ligado à lembrança. No diálogo Mênon, Sócrates mostra que um escravo (considerado inferior naquela época) podia ter um intrincado conhecimento abstrato de matemática, pois sua alma já possuía o conhecimento que Sócrates, porta-voz da Academia de Platão, ia trazer à luz através do seu jogo de perguntas e respostas. Conhecer, em Platão, é portanto, lembrar. Um dos primeiros críticos de toda essa teoria dePlatão foi um de seus alunos da Academia, Aristóteles, que desenvolve uma metafísica opositora à metafísica de Platão.



O Mito da Caverna de Platão





Alegoria da caverna de Platão
Igualmente conhecida na República é a alegoria da caverna, que ilustra como percebemos apenas parte do mundo, reduzindo-o. O termo"Alegoria" é mais adequado que "Mito da Caverna". Embora Platão use do mito em outras partes de seus escritos, no livro VII da República, onde está contada a história, a intenção é usar de uma alegoria para ilustrar um movimento de dificil compreensão, que é a libertação dos grilhões que aprisionam o homem possibilitada pela prática da verdadeira filosofia.

Na conjetura de Platão, um pequeno grupo de pessoas vive acorrentada numa caverna desde que nasceu, de costas para a entrada. Elas vêem refletida na parede da caverna as sombras do mundo real, pois há uma fogueira queimando além de um muro, depois da entrada. Elas acham que as sombras são tudo o que existe. Um dos habitantes se livra das amarras. Fora da caverna, primeiro ele se acostuma com a luz, depois vê a beleza e a vastidão do mundo, com suas cores e contornos. Ao voltar para a caverna para libertar seus companheiros, acaba sendo assassinado, pois não acreditam nele. A alegoria ilustra o Mundo das Idéias, quem liberta sua alma é o filósofo, através da ascese, vai contemplando as Idéias sucessivamente, até chegar ao Sol, que representa a Suma Idéia do Bem. Todas as coisas estão bem dispostas no mundo, que acontece de forma geometrizável e com propósito. O homem é como um escravo dos deuses e daimons, e pouca chance tem de libertar-se, a não ser com a filosofia, cumprindo a vontade deles, através da vida virtuosa correta. O homem é como um animal de rebanho dos deuses e por isso o suicídio é condenado, como fala Platão, por exemplo no Eutífron, da mesma maneira que um pastor não gosta que suas ovelhas se desgarrem.

A República de Platão mostra o que acontece quando o filósofo que se liberta não é apedrejado e desacreditado pelos demais, como ocorreu com Sócrates, mas, antes torna-se Rei e passa a legislar. Na República, depois de estudar a filosofia, aqueles que forem considerados aptos irão testar seus conhecimentos no mundo real, onde experimentarão os dissabores da vida, ganhando comida conforma o trabalho, experimentando a crua realidade. Aos cinqüenta anos, os que sobreviveram tornarão-se os governantes do Estado ideal de Platão.

Todos terão oportunidades iguais, mas na eliminação serão designados para classes diferentes. Os filósofos-reis não terão nenhum privilégio, tendo só os bens necessários, serão vegetarianos e dormirão no mesmo lugar. A procriação será para fins eugênicos, o sexo não será apenas por prazer. Haverá defensores contra inimigos externos, os guardiões, homens fortes, dedicados à comunidade. Não haverá diferença de oportunidade entre o sexo, sendo cada um designado a fazer uma tarefa de acordo com a sua capacidade.

Os pensamentos políticos de Platão continuaram seu desenvolvimento através dos seus sucessores, com larga influência na tradição oriental e ocidental. Hoje recebemos noções políticas como “democracia”, mas para entender o que gerou a teoria do Estado, é preciso ler os clássicos, e estes remetem à “Politéia” (República) como uma fonte primorida.

Um dos temas do nosso filósofo Platão é o da renuncia do individuo em prol da comunidade, impondo inúmeras condições para a vida. Ele atenta para um problema muito preocupante em nossos dias: a superpopulação. Os homens só poderiam se reproduzir entre os trinta e quarenta e cinco anos, e as mulheres entre os vinte e quarenta anos. Também a legislação de Esparta, que muito inspirou Platão, e a proposta de Aristóteles na Políticalevam em conta este aspecto. Assim, resumidamente seria o Estado ideal, justo.

O próprio Platão fala de dificuldade em se fazem um empreendimento dessa natureza. O rei de Siracusa ofereceu à ele terras onde poderia experimentar sua República, e ele aceitou, mas o rei ficou sabendo que quem iria governar eram os filósofos e mudou de idéia. Platãoexperimentou muitos dissabores na corte de Siracusa, a qual voltou depois, conforme conta na sua carta VII e Plutarco conta em sua Vida de Díon. (Miguel Duclós).


Platão, nasceu em Atenas (427 - 347 aC) foi um filósofo e matemático doperíodo clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles. Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento.
A sofisticação de Platão como escritor é especialmente evidente em seusdiálogos socráticos; trinta e cinco diálogos e treze cartas são creditadas tradicionalmente a ele, embora os estudiosos modernos tenham colocado em dúvida a autenticidade de pelo menos algumas destas obras.

Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e referenciação dos textos.
Embora não exista qualquer dúvida de Platão lecionou na Academia fundada por ele, a função pedagógica de seus diálogos - se é que alguma existia - não é conhecida com certeza. Os diálogos, desde a época do próprio Platão, eram usados como ferramenta de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica, matemática, entre outros.

PLATÃO O FILOSOFO ( 001 )


Historiador desvenda código secreto de Platão

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/06/2010
Código secreto de Platão é desvendado por historiador
Além de ser um feito comparável à decifração dos hieróglifos egípcios, realizado pelo francês Jean-François Champollion em 1822, o trabalho poderá mudar a história das origens do pensamento ocidental.[Imagem: Jay Kennedy]



Um cientista da Universidade de Manchester, na Inglaterra, afirma ter desvendado o "O Código de Platão" - mensagens secretas que estariam escondidas nos escritos do grande filósofo grego e que vêm desafiando os estudiosos há mais de dois mil anos.
Platão foi uma espécie de Einstein da Idade de Ouro da Grécia. Seu trabalho está na base de toda a cultura e da ciência ocidentais.
Com isto, os resultados do trabalho do Dr. Jay Kennedy poderão revolucionar a história das origens do pensamento ocidental - além de ser um feito na área da criptografia comparável apenas à decifração dos hieróglifos egípcios, realizado pelo francês Jean-François Champollion, com a ajuda da Pedra de Roseta, em 1822.
O livro da natureza
Em seu artigo, o Dr. Kennedy revela que Platão usou um padrão regular de símbolos, herdados dos seguidores de Pitágoras, para dar a seus livros uma estrutura musical.
Os códigos escondidos em sua obra mostram que Platão antecipou a Revolução Científica cerca de 2000 anos antes de Isaac Newton, descobrindo a sua ideia mais fundamental - a noção de que "o livro da natureza" está escrito em linguagem matemática.
Um século antes, Pitágoras havia dito que os planetas e as estrelas produzem uma música inaudível aos ouvidos humanos comuns, uma "harmonia das esferas". Em seus livros, Platão tentar imitar as harmonias dessa música.
O código secreto de Platão
O Dr. Kennedy passou meros cinco anos estudando a escrita de Platão - a maioria dos filósofos faz isso a vida toda, embora com outros objetivos - e descobriu que em sua obra mais conhecida, a República, o filósofo grego colocou grupos de palavras relacionadas à música depois de cada duodécimo do texto - em um doze avos, dois doze avos, e assim por diante.
Esse padrão regular representa as doze notas da escala musical grega. Algumas notas são harmônicas, outras dissonantes. Nos pontos onde estão as notas harmônicas, ele descreveu sons associados com o amor ou o riso, enquanto os pontos onde estão as notas dissonantes foram marcados por sons ou gritos de guerra ou de morte.
Este código musical foi a chave para desvendar todo o sistema simbólico de Platão - o "código secreto de Platão".
"Quando lemos seus livros, as nossas emoções seguem os altos e baixos de uma escala musical. Platão toca seus leitores como se eles fossem instrumentos musicais," diz o pesquisador.
Evangelhos de Platão
Para quebrar o código de Platão, o pesquisador afirma não ter havido milagres: "Não houve uma Pedra de Roseta. Para anunciar um resultado como este eu precisava de provas rigorosas e independentes, baseadas em evidências cristalinas."
"O resultado foi incrível - foi como abrir uma tumba e encontrar uma nova série de evangelhos escritos pelo próprio Jesus Cristo. Platão nos enviou uma cápsula do tempo," entusiasma-se ele.
Apesar de já ter apresentado seu trabalho e discutido o resultado com colegas em alguns eventos científicos, o trabalho deverá gerar controvérsias, porque os historiadores modernos sempre negaram que havia códigos secretos na obra de Platão.
"Isto é o começo de algo grandioso. Levará uma geração para traçarmos as implicações [desta descoberta]. Todas as 2000 páginas [de Platão] contêm símbolos até agora não detectados," defende o pesquisador.

[Imagem: Platão usou um padrão regular de símbolos herdados dos seguidores de Pitágoras para dar a seus livros uma estrutura musical.]
Filosofia secreta de Platão
"Os livros de Platão desempenharam um papel essencial na fundação da cultura ocidental, mas eles são misteriosos e terminam em enigmas," explica o Dr. Kennedy. "Na antiguidade, muitos dos seus seguidores afirmavam que os livros continham camadas ocultas de significado e códigos secretos, mas isto foi rejeitado pelos estudiosos modernos."
"É uma história longa e entusiasmante, mas basicamente eu desvendei o código. Eu demonstrei rigorosamente que os livros contêm códigos e símbolos e que a sua interpretação revela a filosofia secreta de Platão. "Esta é uma verdadeira descoberta, e não simplesmente uma reinterpretação," afirma o historiador da ciência.
Se confirmado, realmente o achado não abre espaço para modéstia: um código secreto de Platão irá transformar a história do nascimento do pensamento ocidental e, especialmente, as histórias das antigas ciências, da matemática, da música e da filosofia.
A importância de Platão
Platão nasceu quatro séculos antes de Cristo, escreveu 30 livros e fundou a primeira universidade do mundo, chamada de Academia. Ele era um feminista, permitindo que as mulheres estudassem na Academia e foi o primeiro grande defensor do amor romântico, em oposição a casamentos arranjados, por motivos políticos ou financeiros. Ele também defendeu a homossexualidade em seus livros. Em um episódio menos conhecido de sua vida, ele foi capturado por piratas e vendido como escravo, sendo mais tarde resgatado por amigos.
"A importância de Platão não pode ser exagerada. Ele mudou a humanidade de uma sociedade guerreira para uma sociedade da sabedoria. Hoje os nossos heróis são Einstein e Shakespeare - e não cavaleiros de armaduras brilhantes - por causa dele," diz o Dr. Kennedy.
Ciência e religião
Contudo, Platão não parece ter idealizado seus padrões secretos apenas para se divertir - eles serviam para sua própria segurança.
As ideias de Platão representavam uma ameaça perigosa para a religião grega. Ele afirmava que eram leis matemáticas, e não deuses, que controlavam o universo. O seu mestre, Sócrates, já havia sido executado por heresia.
Inversamente, o Dr. Kennedy propõe que a decodificação das mensagens musicais de Platão abre caminho justamente para unir a ciência e a religião.
A admiração e a beleza que sentimos na natureza, afirma Platão, mostra que ela é divina; descobrir a ordem científica da natureza significa aproximar-se de Deus. Isto, segundo Kennedy, "tem o potencial para transformar a atuais guerras culturais entre a ciência e a religião."

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Caminho do Despertar


O Caminho do Despertar

Uma jovem pastora chamada Sujata, filha de um importante aldeão de Uruvilva, tinha feito uma oração pedindo por um marido e um filho. Quando suas aspirações se concretizaram, ela decidiu fazer uma oferenda de leite e arroz como sinal de agradecimento aos deuses.

Sujata então colocou o alimento em um recipiente de ouro e se dirigiu para a floresta para oferecê-lo a alguma divindade das árvores. Ao se deparar com Siddhartha próximo ao rio Nairanjana, a moça pensou que ele era uma divindade da floresta e lhe entregou a oferenda. Algumas tradições também citam uma segunda pastora, chamada Radha, que também teria oferecido alimentos a Siddhartha.


Ele alcançou a margem e sentou-se para fazer a refeição, depois da qual atirou a travessa de ouro ao rio, onde ela foi encontrada por uma [serpente mitológica chamada] naga que a levou para seu palácio. [A divindade hindu Indra ou] Shakra, no entanto, na forma de um [pássaro mitológico chamado] garuda arrancou-a das mãos da serpente e a levou para os céus de Tushita.


(Ananda Coomaraswamy, Mitos Hindus e Budistas)

Os cinco ascetas acharam que Siddhartha tinha abandonado sua busca pela iluminação e partiram sozinhos para o Parque das Gazelas em Isitapana (atual Sarnath), próximo à cidade de Varanasi (atual Benares). Siddhartha foi para Bodh Gaya em Bihar, olugar da despertar (sânsc. bodhi-manda), onde os seres iluminados do passado atingiram a realização suprema. Próximo ao rio, voltado para a direção leste, Siddhartha sentou-se em meditação sobre um monte de grama kusha, protegido pela sobra da figueira debodhi. Ele jurou para si mesmo que só se levantaria após atingir a iluminação.

Raios de luz emanaram de seu corpo e de sua cabeça, atraindo a atenção dos seres divinos e também de Mara, o demônio do ego. Mara ordenou que suas belíssimas filhas — a cobiça, a raiva e a ignorância — tentassem seduzir Siddhartha com cantos e danças, mas elas não conseguiram distrair sua concentração. Então, Mara enviou outros demônios para assustá-lo, mas eles fugiram de medo!

Por último, Mara jogou flechas, pedras e bolas de fogo, que se transformaram em pétalas e faíscas. Mara, cheio de ódio, retirou-se; Siddhartha continuou a meditar. Primeiro, Siddhartha lembrou-se de suas incontáveis vidas passadas; depois, ele viu o processo de renascimento de todos os seres; finalmente, ele alcançou a verdade última de todos os fenômenos.


Criando mil mãos segurando armas, Mara, sentado no feroz elefante Girimekhala, aproximou-se com seu exército. Pela virtude da generosidade e outras mais, o grande sábio [Siddhartha] os conquistou. [...]

Mais violento que Mara, numa luta que durou toda a noite, foi o Yakkha Alavaka, arrogante e obstinado. pela grande virtude da paciência e do auto-controle, o grande sábio o conquistou. [...]

O elefante real Nalagiri, completamente louco, investiu sobre ele, cruel, como um fogo na floresta ou como um raio. Aspergindo as águas da amizade amorosa, o grande sábio o conquistou.

(Buddha Jayamangala Gatha, citado no Livro das Devoções)


Mara enraiveceu-se como um fogo avivado e aproximou-se do príncipe ordenando-lhe: "Vai embora!" Mas o bodhisattva respondeu: "Este trono é pelo mérito que adquiri em muitas longas eras. Como podes possuí-lo se não tens mérito?" Então Mara jactou-se: "Meu mérito é maior que o teu!" e chamou seu exército como testemunha, e todos os seus guerreiros gritaram: "Nós testemunhamos!", de forma que um som como o rugido do mar se ergueu até o céu. Mas o bodhisattva [Siddhartha] replicou: "Tuas testemunhas são muitas e parciais; eu tenho uma testemunha única e imparcial". então ele estendeu a mão para fora de sua vestimenta, como um relâmpago numa nuvem cor-de-laranja, tocou o chão e convocou a terra para testemunhar em seu favor. No mesmo instante a deusa terra [Bhumi] surgiu aos seus pés e gritou, com cem mil vozes, com o som de um tambor cósmico: "Eu dou meu testemunho", e o exército de Mara fugiu e voltou para o inferno, como folhas que se espalham ao vento.

(Ananda Coomaraswamy,Mitos Hindus e Budistas))

[Na primeira vigília da noite, Siddhartha] examinou, com seu poder de concentração, a sucessão de nascimentos e mortes durante suas incontáveis vidas. Por ver esse processo remontando ao início dos tempos — nascer sob certas circunstâncias, passar pelos dramas da vida, morrer e renascer — chegou a uma profunda compreensão da impermanência e insubstancialidade da existência. [...] No segundo turno de vigília ele contemplou a lei do karma. Ele viu como a força kármica das ações passadas impele e condiciona os seres através dos sucessivos renascimentos. Ver seres sendo levados pela ignorância através do remoinho de destinos díspares, despertou nele a energia de uma profunda compaixão. Na terceira guarda ele contemplou as Quatro Verdades Nobres e a lei da geração dependente. Ele viu como a mente se torna apegada e como, através do apego, há sofri­mento. Ele compreendeu a possibilidade de descondicionar esse apego e de atingir um ponto de liberdade.

(Citado por Joseph Goldstein em Buscando a Essência da Sabedoria)

No de 528 a.C., aos 35 anos de idade, Siddhartha realizou sua própria natureza búddhica (sânsc.buddhata) e, conseqüentemente, compreendeu o sofrimento, sua causa, sua extinção e o meio para extingui-lo. Siddhartha alcançou a iluminação (sânsc.bodhi), e passou a ser conhecido como o Iluminado, oDesperto (sânsc. Buddha), o Sábio dos Shakyas(sânsc. Shakyamuni). Seu corpo dourado resplandecia com as 32 marcas maiores e as 80 menores de um ser completamente iluminado.

Em miríades de nascimentos vaguei na existência cíclica, antes de descobrir o verdadeiro conhecimento.

À procura do construtor desta casa, cada novo nascimento trazendo mais sofrimento.


Agora conheço você, construtor desta casa! Você não mais me aprisionará.


Demoli o seu topo e destruí sua estrutura até o chão.


A consciência entrou naquele estado incondicionado, o final definitivo da sede do desejo.


(Pathama Buddhabhasita Gatha, citado no Livro das Devoções)


As coisas a serem entendidas foram entendidas, as coisas a serem cultivadas foram cultivadas, as coisas a seres erradicadas foram erradicadas - portanto, brâmane, eu sou o Buddha.

(Sutta Nipata)

O Buddha descreve a experiência do despertar num dos seus discursos, primeiro surge a compreensão da regularidade do Dharma – que nesse contexto quer dizer a origem dependente – depois existe a compreensão de Nirvana. Em outros trechos ele descreve os três estágios que o conduziram ao insight da origem dependente: compreensão das vidas passadas, compreensão da morte e renascimento de todos os seres vivos e por fim o insight das quatro nobres verdades. [...] Quando nos referimos à questão sobre como outras experiências "iluminadas" registradas na história mundial se relacionam com o Buddha, devemos ter em mente aquilo que o próprio Buddha disse: primeiro existe a compreensão da origem dependente, depois existe a compreensão do nirvana. Sem o primeiro – que inclui não somente a compreensão de karma, mas também como karma, em si, conduz à própria compreensão – qualquer realização, não importa quão pacífica ou ilimitada, que não resulte desse tipo de compreensão não pode ser considerada como despertar no sentido buddhista. O verdadeiro despertar necessariamente envolve ambos, a ética e o insight da causalidade.

(Thanissaro Bhikkhu, O Significado do Despertar do Buddha)


Ele estudou várias religiões mas não ficou satisfeito com suas práticas. Não encontrou respostas no ascetismo ou nas filosofias. Ele não estava interessado nos aspectos metafísicos da existência, e sim em seu próprio corpo e sua própria mente, no aqui e agora. E quando encontrou a si mesmo, descobriu que tudo o que existe tem natureza búddhica. Essa foi sua iluminação.


(Shunryu Suzuki,Mente Zen, Mente de Principiante)


[Os buddhas] são seres que anteriormente não eram buddhas. São pessoas que estavam dormindo e que despertaram; em algum momento, a inteligência deles não abrangia tudo o que pode ser conhecido. Estavam como nós, aprisionados no estado de existência cíclica, passando de vida em vida pelos sofrimentos do nascimento, velhice, doença e morte. [...] Antes da iluminação, o Buddha era um ser comum, exatamente como qualquer um de nós; não há ninguém que seja iluminado desde o princípio. Cada um de nós está ou esteve no estado de existência cíclica, passando pelos processos de nascimento, velhice, doença e morte, repetidamente, devido às nossas próprias ações, que são motivadas por emoções aflitivas — emoções com as quais afligimos a nós mesmos.


(Da introdução de Jeffrey Hopkins em The Meaning of Life from a Buddhist Perspective)


[1] Ele é chamado Bhagavan (senhor abençoado) por haver conquistado os quatro demônios, e por ser contemplado com as maiores venturas.


[2] Ele é chamado Tathagata (aquele que foi assim) porque alcançou compreensão da realidade das coisas, ou porque tudo é exatamente como ele disse e não de outra forma.


[3] Ele é chamado Arhat (vencedor do inimigo) porque derrotou o inimigo das aflições mentais, ou porque é digno de ser homenageado por meio de oferendas e veneração.

[4] Ele é chamado Samyaksambuddha (plenamente iluminado) porque compreendeu todas as coisas de forma verdadeira e infalível.

[5] Ele é chamado Vidyacharanasampana (dotado de conhecimento e de seu fundamento) porque possui sabedoria acompanhada de seu fundamento, pois ele possui moralidade e concentração mental, nas quais se baseia a sabedoria.


[6] Ele é chamado Sugata (o bem-sucedido) porque alcançou o estado sublime, ou ainda, porque dele não decairá.

[7] Ele é chamado Lokavidu (conhecedor do mundo) porque, ao compreender a natureza dos doze elos do surgimento interdependente, conhece com exatidão o mundo dos seres sencientes e, ao entender a origem da terra, das montanhas e assim por diante — ao conhecer todas as regiões, suas dimensões e assim por diante —, ele conhece com exatidão o mundo físico externo.

O condutor de uma carroça atrelará ao seu veículo bois ainda não treinados, caso sejam adequados para puxar o carro. Uma vez colocada a canga sobre os animais, os condutor refreia aqueles que puxam o carro de forma inadequada, e coloca no caminho certo aqueles que se desviam. Os bois que andam muito lentamente, ele incita com o ferrão. Porém, não utiliza aqueles que são refratários, que não se deixam atrelar ao veículo. De igual forma, o senhor Buddha atrela ao caminho dos nobres os discípulos dignos de seres atrelados. Ele coíbe aqueles poucos que, uma vez atrelados, agem de modo contrário ao Dharma sagrado. O Buddha devolve ao caminho verdadeiro aqueles que se desviam para um caminho errado, e incentiva com o ferrão do esforço tenaz aqueles que são indolentes. Com os refratários, que são inaptos para o caminho, ele não interfere.

[8] Ele é chamado Anuttarapurushadamyasarathi (líder insuperável dos disciplináveis) por estas razões. [...]

[9] Ele é chamado Shastadevamanushyanam > (mestre de deuses e homens) porque o contingente principal de discípulos é composto por deuses e homens, ambos recipientes adequados para o caminho da liberação, e porque o Buddha lhes ensina o Dharma de acordo com as aspirações deles. [...]

[10] Ele é chamado Buddha (desperto) porque acordou do sono da ignorância, e também porque sua mente se expandiu até o ponto em que abarca todos os objetos de conhecimento.


(Rendawa Shönnu Lodrö, Sphutartha)


Na primeira semana após a iluminação, o Buddha Shakyamuni continuou meditando sob a figueira de bodhi. Na segunda semana, ele voltou o olhar para a figueira. Na terceira semana, caminhou meditando em um pavilhão de ouro preparado pelos seres divinos. Na quarta semana, sentou-se em um palácio de outro onde previu o que lhe aconteceria e todas as palavras do ensinamento (sânsc. Dharma, páli Dhamma) que ensinaria pelo resto de sua vida. Na quinta semana, sentou-se sob a árvore ajapala e experienciou aliberação (sânsc. nirvana, páli nibbana). Na sexta semana, sentou-se perto do lago da serpente Muchalinda, que o protegeu dos temporais. Na sétima e última semana de seus 49 dias de meditação, ele se sentou em bosque de árvores nyagrodha.


Conta-se que, logo após sua iluminação, o Buddha passou por um homem num caminho que estava perplexo pelo extraordinário esplendor e calma de sua presença. O homem parou e perguntou:

"Meu amigo, quem é você? Você é um ser celestial ou um deus?"
"Não", disse o Buddha.
"Bem, então, será que você é algum tipo de mágico ou mago?"
Novamente o Buddha respondeu, "Não".
"Você é um homem?"
"Não."
"Bem, meu amigo, então quem você é?"
O Buddha respondeu, "Eu sou um desperto".


(Jack Kornfield, Buscando a Essência da Sabedoria


Dois mercadores de Okkala (atual Rangun, capital de Mianmar) que atravessam a floresta rumo à cidade de rajagriha, acabaram atolando na lama com sua caravana. Na verdade, aquele acidente tinha ocorrido por causa de uma divindade da floresta; deste modo, os mercadores eventualmente encontraram o Buddha Shakyamuni e puderam realizar uma antiga aspiração — a de fazer uma oferenda a um ser iluminado. As quatro divindades vieram do norte, do sul, do leste e do oeste para oferecer quatro tigelas de esmeralda. Como o Buddha não quis aceitá-las, as divindades substituíram-nas por quatro tigelas de pedra comum. Então, o Buddha Shakyamuni transformou-as em uma única tigela e recebeu bolos de arroz e mel de mel dos dois mercadores. Em troca, Buddha concedeu-lhes o voto de refúgio e eles se tornaram discípulos leigos. Além disso, os mercadores receberam uma mecha de oito fios de cabelo do Buddha como relíquias. Estes fios de cabelos estariam preservados até hoje na grande stupa dourada de Shwedagon em Mianmar.


A grande compaixão de Shakyamuni fez com que ele decidisse ensinar o caminho da iluminação às outras pessoas.

Após a sua iluminação, o Buddha estava em Uruvilva, às margens do rio Nairanjana, e teve o seguinte pensamento: "Esse Dharma que alcancei é profundo, difícil de ver, difícil de realizar, pacífico, refinado, além do escopo da conjectura, sutil, a ser experienciado pelos sábios. Mas essa geração gosta do apego, está excitada pelo apego, aprecia o apego. Para uma geração que se gosta do apego, que está excitada pelo apego, que aprecia o apego, essa condicionalidade e originação co-dependente são difíceis de ver. Esse estado, também, é difícil de ver: a resolução de todas as fabricações, a renúncia de todas as aquisições, o fim do desejo; a imparcialidade; a cessação; a liberação. E se eu fosse ensinar o Dharma e outros não me compreendessem, isso seria cansativo para mim, aborrecedor para mim."

Assim sendo, o Bhagavan tinha a sua mente inclinada a permanecer em paz, não ensinar o Dharma.

Tendo essa percepção, o Brahma-sahampati pensou: "O mundo está perdido! O mundo está destruído! A mente do Tathagata, Arhat, Samyak-sambuddha, inclina-se a permanecer em paz, a não ensinar o Dharma!" Então, assim como um homem forte poderia estender seu braço flexionado ou flexionar seu braço estendido, Brahma-sahampati desapareceu do reino dos Brahmas e reapareceu em frente ao Bhagavan. Arrumando seu manto sobre o ombro, ajoelhou-se com seu joelho direito ao chão, saudou o Bhagavan com suas mãos diante do coração e lhe disse: "Senhor, que o Bhagavan ensine o Dharma! Que o Bhagavan ensine o Dharma! Há seres, com um pouco de poeira sobre seus olhos, que estão caindo porque não escutam o Dharma. Haverá aqueles que compreenderão o Dharma."


Então o Bhagavan, tendo compreendido o convite do Brahma-sahampati, com compaixão pelos seres, avaliou o mundo com a visão de um Buddha. Tendo assim feito, ele viu os seres com um pouco de poeira sobre seus olhos e aqueles com muita, aqueles com faculdades aprimoradas e aqueles com faculdades fracas, aqueles com bons atributos e aqueles com maus atributos, aqueles que são fáceis de ensinar e aqueles que são difíceis, alguns deles esperando a desgraça e o perigo no outro mundo. Como num reservatório de lótus azuis, vermelhos ou brancos, alguns lótus — que nasceram e cresceram na água — poderiam florir imersos na água, sem emergir da água; alguns poderiam permanecer no mesmo nível da água; enquanto alguns poderiam se erguer na água e permanecer sem ser tocados pela água — assim também, analisando o mundo com a visão de um Buddha, o Bhagavan viu os seres com um pouco de poeira sobre seus olhos e aqueles com muita, aqueles com faculdades aprimoradas e aqueles com faculdades fracas, aqueles com bons atributos e aqueles com maus atributos, aqueles que são fáceis de ensinar e aqueles que são difíceis, alguns deles esperando a desgraça e o perigo no outro mundo.

Então Brahma-sahampati, pensando "O Abençoado deu seu consentimento para ensinar o Dharma," ajoelhou-se ao Abençoado e, circundando-o pela direita, desapareceu ali mesmo.


(Dhammacakkapavattana Sutta, Samyutta Nikaya LVI:11)