OS DEUSES NÃO ESTÃO MORTOS ..................BY MS.ODÉDEMIM OS DEUSES NÃO ESTÃO MORTOS ..................BY MS.ODÉDEMIM

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PLATÃO O FILOSOFO ( 002 )


O mundo das Idéias de Platão


O mundo das Idéias de Platão é um mundo transcendente, de existência autônoma, acima do mundo sensível. As Idéias são formas puras, modelos perfeitos eternos e imutáveis, paradigmas. O que pertence ao mundo dos sentidos muda o tempo todo, se corrói e se desintegra com a ação do tempo. Mas tudo o que percebemos, todos os itens são formados a partir das Idéias, constituindo cópias imperfeitas desses modelos espirituais. Só podemos atingir a realidade das Idéias, na medida em que pelo processo dialético, nossa mente se afasta do mundo concreto, atravessando com a alma sucessivos graus de abstração, usando sistematicamente o discurso para se chegar à essência do mundo. A dialética em Platão é o principal instrumento de busca da verdade. Platão tirou da filosofia de Parmênides a noção da imutabilidade do Ser e de Heráclito a certeza de que o mundo sensível está em perpétuo estado de fluxo, sendo impossível conhecê-lo, e chegou a uma síntese desenvolida na teoria das Formas.

Uma analogia pode ser feita para compreendermos a teoria do Mundo das Formas (eidos) ou Idéias de Platão - o mundo inteligível que existe a parte da realidade sensível e é imutável. Imagine que o universo é o monitor do seu computador. As sucessivas imagens que passam pela tela são as múltiplas realidades cotidinas dos sentidos: explosões que vêm e vão, dando lugar logo a outras. Mas o monitor em si não muda: a realidade dele é constituída solidamente. Antes, ele engloba todas as realidade possíveis do mundo dos sentidos. Os fótons se acendem e apagam dentro dessa totalidade, como as imagens que os sentidos nos mostram. Mas, só com a inteligência podemos abordar essa realidade e chegar ao conhecimento, já que, para a metafísica clássica através do pensamento podemos chegar a realidade auto-consistentes. É por isso que uma frase de Platão acerca do tempo pode ser citada para ilustrar este argumento: “O tempo é a imagem móvel da eternidade”. Assim, em Platão temos um Realismo das Idéias, pois estas existem de forma perene independente do sujeito que conhece, e este só conhece na medida em que consegue contemplá-las com a luz interior da razão.

A IDÉIA de Platão é, portanto, a unidade dentro da multiplicidade. Para conhecer esta unidade é preciso que a inteligência confronte as opiniões contrárias e aparentemente contraditórias, até chegar a uma essência que supere o mero grau de opinião (doxa) e possibilite a ciência (episteme). O método dialético é este confronto e a essência é a Idéia, ou forma. A palavra “dialética” é da mesma família de “diálogo” e o formato escrito da obra de Platão mostra a sua importância dentro da doutrina. Através dos diálogos, exercia-se a dialética. Esta era um “jogo” presente em toda a sociedade ateniense, mas Sócrates quem a elevou a um grau único como o melhor método para conhecer a verdade, ou a Idéia.

O pensamento de Platão dialogava com antigas tradições já existentes, como algumas orientais e egípcias, coadunante com sua teoria de metempsicose, por exemplo. Ele acreditava numa alma imortal, que já existia no mundo das Idéias antes de habitar nosso corpo. O diálogo que melhor demonstra isso é o Fédon. Assim que passa a habitá-lo, a alma se esquece das Idéias perfeitas. Então o mundo se apresenta a partir de uma vaga lembrança. A alma quer voltar para o mundo das Idéias e por isso o conhecimento está ligado à lembrança. No diálogo Mênon, Sócrates mostra que um escravo (considerado inferior naquela época) podia ter um intrincado conhecimento abstrato de matemática, pois sua alma já possuía o conhecimento que Sócrates, porta-voz da Academia de Platão, ia trazer à luz através do seu jogo de perguntas e respostas. Conhecer, em Platão, é portanto, lembrar. Um dos primeiros críticos de toda essa teoria dePlatão foi um de seus alunos da Academia, Aristóteles, que desenvolve uma metafísica opositora à metafísica de Platão.



O Mito da Caverna de Platão





Alegoria da caverna de Platão
Igualmente conhecida na República é a alegoria da caverna, que ilustra como percebemos apenas parte do mundo, reduzindo-o. O termo"Alegoria" é mais adequado que "Mito da Caverna". Embora Platão use do mito em outras partes de seus escritos, no livro VII da República, onde está contada a história, a intenção é usar de uma alegoria para ilustrar um movimento de dificil compreensão, que é a libertação dos grilhões que aprisionam o homem possibilitada pela prática da verdadeira filosofia.

Na conjetura de Platão, um pequeno grupo de pessoas vive acorrentada numa caverna desde que nasceu, de costas para a entrada. Elas vêem refletida na parede da caverna as sombras do mundo real, pois há uma fogueira queimando além de um muro, depois da entrada. Elas acham que as sombras são tudo o que existe. Um dos habitantes se livra das amarras. Fora da caverna, primeiro ele se acostuma com a luz, depois vê a beleza e a vastidão do mundo, com suas cores e contornos. Ao voltar para a caverna para libertar seus companheiros, acaba sendo assassinado, pois não acreditam nele. A alegoria ilustra o Mundo das Idéias, quem liberta sua alma é o filósofo, através da ascese, vai contemplando as Idéias sucessivamente, até chegar ao Sol, que representa a Suma Idéia do Bem. Todas as coisas estão bem dispostas no mundo, que acontece de forma geometrizável e com propósito. O homem é como um escravo dos deuses e daimons, e pouca chance tem de libertar-se, a não ser com a filosofia, cumprindo a vontade deles, através da vida virtuosa correta. O homem é como um animal de rebanho dos deuses e por isso o suicídio é condenado, como fala Platão, por exemplo no Eutífron, da mesma maneira que um pastor não gosta que suas ovelhas se desgarrem.

A República de Platão mostra o que acontece quando o filósofo que se liberta não é apedrejado e desacreditado pelos demais, como ocorreu com Sócrates, mas, antes torna-se Rei e passa a legislar. Na República, depois de estudar a filosofia, aqueles que forem considerados aptos irão testar seus conhecimentos no mundo real, onde experimentarão os dissabores da vida, ganhando comida conforma o trabalho, experimentando a crua realidade. Aos cinqüenta anos, os que sobreviveram tornarão-se os governantes do Estado ideal de Platão.

Todos terão oportunidades iguais, mas na eliminação serão designados para classes diferentes. Os filósofos-reis não terão nenhum privilégio, tendo só os bens necessários, serão vegetarianos e dormirão no mesmo lugar. A procriação será para fins eugênicos, o sexo não será apenas por prazer. Haverá defensores contra inimigos externos, os guardiões, homens fortes, dedicados à comunidade. Não haverá diferença de oportunidade entre o sexo, sendo cada um designado a fazer uma tarefa de acordo com a sua capacidade.

Os pensamentos políticos de Platão continuaram seu desenvolvimento através dos seus sucessores, com larga influência na tradição oriental e ocidental. Hoje recebemos noções políticas como “democracia”, mas para entender o que gerou a teoria do Estado, é preciso ler os clássicos, e estes remetem à “Politéia” (República) como uma fonte primorida.

Um dos temas do nosso filósofo Platão é o da renuncia do individuo em prol da comunidade, impondo inúmeras condições para a vida. Ele atenta para um problema muito preocupante em nossos dias: a superpopulação. Os homens só poderiam se reproduzir entre os trinta e quarenta e cinco anos, e as mulheres entre os vinte e quarenta anos. Também a legislação de Esparta, que muito inspirou Platão, e a proposta de Aristóteles na Políticalevam em conta este aspecto. Assim, resumidamente seria o Estado ideal, justo.

O próprio Platão fala de dificuldade em se fazem um empreendimento dessa natureza. O rei de Siracusa ofereceu à ele terras onde poderia experimentar sua República, e ele aceitou, mas o rei ficou sabendo que quem iria governar eram os filósofos e mudou de idéia. Platãoexperimentou muitos dissabores na corte de Siracusa, a qual voltou depois, conforme conta na sua carta VII e Plutarco conta em sua Vida de Díon. (Miguel Duclós).


Platão, nasceu em Atenas (427 - 347 aC) foi um filósofo e matemático doperíodo clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles. Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento.
A sofisticação de Platão como escritor é especialmente evidente em seusdiálogos socráticos; trinta e cinco diálogos e treze cartas são creditadas tradicionalmente a ele, embora os estudiosos modernos tenham colocado em dúvida a autenticidade de pelo menos algumas destas obras.

Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e referenciação dos textos.
Embora não exista qualquer dúvida de Platão lecionou na Academia fundada por ele, a função pedagógica de seus diálogos - se é que alguma existia - não é conhecida com certeza. Os diálogos, desde a época do próprio Platão, eram usados como ferramenta de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica, matemática, entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário