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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PLATÃO O FILOSOFO ( 003 )


PLATÃO
Obras de Platão
Platão, cujo verdadeiro nome era Aristócles (em homenagem ao seu avô), nasceu em 428-7 a.C. e morreu em 348-7 a.C. Estas datas são bastante significativas:  o nascimento ocorreu no ano seguinte ao da morte de Péricles; a morte, dez anos antes da batalha de Queronéia que assegurou a Filipe da Macedónia a conquista do mundo grego.
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Platão
Platão é um nome que, segundo alguns, traduz a largura dos ombros de Platão (platos significa largura) cujo vigor físico fez com que  fosse homenageado pelos seus feitos atléticos na juventude.
Filho de Ariston e de Perictione, Platão pertencia a uma família tradicional de Atenas e estava ligado, pelo lado materno, a figuras importantes do mundo político. Sua mãe descendia de Sólon, o grande legislador, era irmã de Cármides e prima de Crítias.
Árvore Geneológica da Familia Materna de Platão
(segundo J. BURNET)





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 Além disso, num segundo casamento, sua mãe Perictone casa-se com Pirilampo, personagem de destaque da época de Péricles. O pai de Platão era descendente do rei Codro, o último rei de Atenas.
O local de nascimento de Platão é incerto. A grande maioria dos autores defende que o seu nascimento terá ocorrido em Atenas, mas poderá ter sido na ilha de Égina, como defendeu Diógenes Laércio, havendo ainda quem o considere tebano.
A possibilidade de ter nascido na ilha de Égina é reforçada pelo facto de seu pai, Ariston, ter liderado a colonização desta ilha pelos atenienses em 432/1 a.C. 
Embora se saiba pouco sobre a infância de Platão, pensa-se que, pertencendo a uma família aristocrática, a sua educação seguiu os moldes educacionais gregos que então vigoravam seguramente preenchida com as actividades físicas e musicais que eram apanágio da antigapaideia.





Platão estava destinado a participar activamente na vida política  de Atenas e para isso "recebeu a mais completa educação, aquela que então se admite ser a mais própria para aguçar a inteligência, para domar a palavra com vista à prática política," (A.Bonnard, 1980:522).
Platão estudou no gymnasium do gramatista Dionísios, e napalestra de Aristão de Argos. Aprendeu música com Drakon, aluno de Damon, o famoso instrutor de música de Péricles, e com Metellos de Akragas. Os professores de Platão eram unânimes em louvar a sua destreza de pensamento, a sua modéstia, o seu gosto pelo trabalho e interesse pelo estudo. Platão estudou também desenho e pintura e ter-se-á iniciado, ainda jovem, na filosofia com Crátilo, discípulo de Heraclito.

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Péricles
A sua origem social  assim como o seu temperamento pessoal, ligavam Platão ao ideal do século precedente que dava à política o mais alto significado na vida humana. Assim, Platão atinge a vida adulta almejando encontrar para a sua cidade uma melhor configuração política do que aquela que então era vigente.
A poesia e a política despertaram desde cedo o interesse de Platão. Consta que, depois de ter conhecido pessoalmente Sócrates, Platão terá queimado publicamente os seus poemas. Alguns autores entendem que a influência de Sócrates terá sido determinante nesta sua atitude, mas outros consideram que essa atitude representou para Platão a ruptura com a poesia e a dedicação à filosofia. 
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Sócrates
Platão encontrou Sócrates pessoalmente quando tinha vinte anos (e Sócrates sessenta e três). Após este encontro, e durante os oito anos seguintes, foi um fiel seguidor de Sócrates, assistindo às discussões em que Sócrates constantemente se envolvia, às acusação de que foi alvo e à sua condenação à morte. 
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A Morte de Sócrates
Platão acompanhou de perto todos os passos do julgamento de seu mestre. O  fim trágico do julgamento marcou-o profundamente, deixando sequelas para o resto da sua vida. 
Depois da condenação à morte de Sócrates, em 399 a.C., desiludido com a democracia ateniense, Platão abandona Atenas durante doze anos. Refugiou-se em Mégara com alguns amigos, num círculo de estudos em torno de Euclides, descípulo socrático e o pai da geometria, e aí permaneceu cerca de três anos. 
Aproveitou, então, para efectuar outras viagens, nomeadamente a Cirene, onde estudou matemáticas com Teodoro; a Itália, onde terá contactado com os pitagóricos; e ao Egipto, onde teria sido iniciado nos mistérios de Isis.  Contactou com o regime de educação de Esparta, onde os meninos eram retirados aos seus pais para viverem uma vida dura nas montanhas, em exposição aos elementos naturais. Há quem afirme que terá estado em Creta onde teria estudado a legislação de Minos; na Judeia, onde teria contactado com a tradição dos profetas  e até nas margens do Ganges, onde teria aprendido a meditação mística dos hindus.
Aos quarenta anos, Platão vai para Siracusa, cidade luxuosa, onde viveu na corte de Dionísio I (o antigo). Aí conquista a amizade e a inteira confiança de Dion, cunhado do tirano Dionísio. Essa ligação com Dion, talvez o laço afectivo mais forte da vida de Platão, representa também o início de reiteradas tentativas para interferir na vida política de Siracusa, procurando pôr em prática o seu modelo de sociedade ideal, em que os governantes eram os filósofos. 
A filosofia passa a ser para Platão uma oportunidade de organizar e realizar uma comunidade humana fundada na justiça. Não tendo êxito na sua primeira investida de converter o tirano Dionísio às suas ideias filosóficas, regressou a Atenas, em 387, onde nos jardins de Academo, junto dum templo consagrado às Musas fundou uma escola, denominada, por este facto, Academia.
Esta rapidamente se tornou no maior centro intelectual da Antiga Grécia, tendo por ela passado filósofos e políticos, comoAristóteles, Eudoxo de Cnido, Xenócrates, Demóstenes e outros. À entrada uma legenda proibia o acesso a todos aqueles que não soubessem geometria. 
Aristóteles
Platão ficou em Atenas, cerca de vinte anos, até que, em 367, voltou à Sicília, com a ideia de converter o novo monarca-Dionísio (o Moço), num filósofo-rei. Mais uma vez, os resultados não foram brilhantes, o que não impediu de voltar à ilha em 361, com idênticos propósitos. O resultado desta última viagem foi terrível: suspeito pelas suas ideias políticas, foi perseguido e feito escravo, sendo como tal vendido no mercado de Egina, acabando por ser comprado por um dos seus amigos. Voltou a Atenas onde morreu em 347, numa altura em que a cidade lutava contra Filipe da Macedónia, e cujo desfecho lhe foi fatal.
Obras de Platão
A colecção das obras de Platão compreende trinta e cinco diálogos e um conjunto de treze cartas. Os seus diálogos podem ser considerados dentro de quatro períodos distintos:


· Diálogos considerados de juventude ou socráticos, até cerca de 390 a.C. (antes da morte de Sócrates).

Apologia de Sócrates
Críton ou Do Dever
Íon ou Da Ilíada
Laqués ou Da coragem
Lísis ou Da Amizade
Cármides ou Da Sabedoria
Eutífron ou Da Santidade 

· Diálogos ditos de transição:

Eutidemo ou Da Erística
Hípias menos ou Da Mentira
Crátilo ou Da Etimologia 
Hípias Maior ou Do Belo
Menexeno ou Do Epitáfio
Górgias ou Da Rétorica
República - livro I
Protágoras ou Dos sofistas
Ménon ou Da Virtude 


· Diálogos de maturidade (escritos provavelmente entre 387 a.C. e 368 a.C.):

Fédon ou Da Alma
Banquete ou Do Bem
República - livros II a X
Fedro ou Da Beleza 


· Diálogos considerados de velhice:

Parménides ou Das Formas
Teeteto ou da Ciência
Sofista ou Do Ser
Político ou Da Realeza
Filebo ou Do Prazer
Timeu ou Da Natureza
Crítias ou Da Atlântida
Leis (inacabado) 


Há ainda outras obras cuja autoria é contestada: Alcibíades I e II, Epinómide ou Do Filósofo, Hiparco, Minos, Os Rivais, Téages e Clítofon.

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